A urgência em adotar práticas e políticas que promovam o Bem-estar e a Felicidade no local de trabalho

20/03/24

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Cada vez mais são as organizações que reconhecem a importância de olharmos para os aspectos essenciais da experiência humana, tais como o bem-estar e a felicidade no local de trabalho. Não só trazem impactos positivos tangíveis nos resultados organizacionais como, também, promovem uma maior satisfação, motivação, envolvimento e produtividade dos colaboradores.

São, de facto, várias as organizações que estão a apostar na adoção de práticas diferenciadoras que visam a promoção do bem-estar e da felicidade no ambiente de trabalho. E todas aquelas que ainda não deram este passo? De acordo com Ricardo Costa, CEO do Grupo Bernardo da Costa, as organizações que não se adaptarem rapidamente a esta mudança de mindset, poderão enfrentar impactos muito negativos num futuro próximo.

Ricardo Costa é CEO do Grupo Bernardo da Costa e administrador de várias empresas do Grupo. É o mentor do primeiro Departamento da Felicidade criado numa empresa em Portugal e, por este motivo, tivemos o prazer de contar com a sua participação nesta edição, onde respondeu a algumas questões, partilhando a sua experiência, conhecimentos e contributos nestes domínios.

 

1. O Bem-estar e a Felicidade estão cada vez mais presentes na agenda estratégica das Organizações. O que o motivou a criar um Departamento dedicado à felicidade e bem-estar?

“A motivação para criar um Departamento dedicado à Felicidade e Bem-estar remonta a 2017, porém era uma realidade praticada e vivida há muitos anos. Esta iniciativa, confesso, foi a consequência natural de uma mentalidade que sempre esteve presente na nossa empresa.

Desde os tempos do meu avô, que costumava levar os colaboradores à praia ou recebê-los em casa ao fim-de-semana, a abordagem e o tratamento humanizado fazem parte dos 67 anos de história do Grupo Bernardo da Costa.

Em 2017, essa filosofia foi formalmente consolidada após uma inspiradora visita a Abu Dhabi, onde tive contacto com o Ministério da Felicidade. O resultado foi a criação de um Departamento especializado, com foco em compreender e ouvir pessoas. Acredito firmemente que ser ouvido é um dos maiores luxos deste século.

Portanto, a criação “oficial” deste Departamento em 2017 foi mais do que uma formalidade, foi a consolidação pública de uma política que estava enraizada na cultura da empresa ao longo de seis décadas.”
 

2. Na sua experiência, qual tem sido o feedback dos colaboradores e como tem sido medido o retorno do investimento?

“Na minha opinião, o feedback dos colaboradores em relação ao Departamento da Felicidade tem sido extraordinariamente positivo.

Um elemento crucial na escolha e eficácia do Departamento foi a pessoa encarregada de geri-lo, a nossa Chief Happiness Officer – Margarida Carreiras, que conquistou a confiança e o respeito das pessoas. Este foi o passo essencial, uma vez que as pessoas só se expressam quando percebem que à sua frente está alguém que as respeita, ouve, compreende e, acima de tudo, não julga.

Não nos limitamos a criar um Departamento, estabelecemos um ambiente onde as pessoas se sentem à vontade para procurar apoio. Isso foi alcançado através da presença da “pessoa certa”, que transformou o Departamento num local onde as pessoas se sentem confortáveis.

Desde então, temos testemunhado colaboradores a partilhar desabafos, expressar visões, comentar situações ou simplesmente conversar com a Margarida ao longo do dia.

O Gabinete do Departamento da Felicidade está estrategicamente localizado num local reservado, garantindo total privacidade. Isso tem sido fundamental para criar um ambiente propício à abertura e sinceridade por parte dos colaboradores.

Quanto ao retorno do investimento, posso afirmar que compensou de maneira significativa. Além de um sentido geral de agradecimento, observamos um maior sentido de responsabilidade e envolvimento por parte das pessoas que trabalham connosco.

Os últimos anos foram, de facto, os melhores para a empresa, refletido não apenas em números, mas sobretudo no genuíno bem-estar geral dos colaboradores que vai muito além de índices de satisfação, mas no seu dia a dia.”
 

Um passo crucial para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, consiste em conhecer profundamente cada um dos nossos colaboradores, uma vez que reconhecemos que o conceito de equilíbrio varia de pessoa para pessoa.”

Ricardo Costa
CEO do Grupo Bernardo da Costa

3. Sendo a sua Organização defensora do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, quais têm sido as abordagens ou iniciativas mais eficazes?

“Começo por afirmar que um passo crucial consiste em conhecer profundamente cada um dos nossos colaboradores, uma vez que reconhecemos que o conceito de equilíbrio varia de pessoa para pessoa.

Proporcionamos benefícios distintos, como a opção de teletrabalho em determinados dias. Mantenho uma convicção sólida de que o trabalho presencial fortalece significativamente o sentido de criatividade e união entre as pessoas.

Estimulamos o espírito de equipa através de prémios coletivos e distinções de desempenho que contribuem para uma melhor qualidade de vida.

Adicionalmente, concedemos flexibilidade de horários e total liberdade para que as pessoas se ausentem quando necessário, bem como um serviço de lavandaria suportado pela empresa.

No conjunto de todas estas práticas, cultivamos uma relação de confiança mútua com os nossos colaboradores. Criamos e praticamos um clima de confiança recíproca que fomenta um sentido partilhado de responsabilidade entre todos, fomentando um ambiente onde cada um se sente valorizado e apoiado na sua vida profissional e pessoal.”
 

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4. Para as demais Organizações que ainda não começaram a priorizar a felicidade e bem-estar dos seus colaboradores, por onde começar e quais os esforços e investimentos que deverão ser considerados?

“Primeiramente, é importante destacar que essas organizações estão a começar tarde. Não quero ser negativo, mas é crucial reconhecer que uma empresa que ainda não compreendeu que o bem-estar das pessoas é o cerne de tudo está no caminho errado.

O ponto de partida deve ser a adaptação do bem-estar à empresa. É fundamental conhecer a equipa, compreender os seus objetivos e expectativas, identificar eventuais problemas e entender as dinâmicas. É necessário realizar um trabalho abrangente para compreender quem são as nossas pessoas.

Após esta etapa inicial, passamos para o segundo momento: identificar o que precisam. Ouvir atentamente e compreender as necessidades individuais é crucial nesta fase.

Seguimos então para o terceiro passo: como podemos implementar no contexto da nossa empresa? É importante avaliar quais medidas ou benefícios são compatíveis com a estrutura e os valores da organização.

No que diz respeito às práticas específicas, acredito na eficácia de oferecer flexibilidade de horários, autonomia nas tarefas, gestão de tempo eficiente e, sobretudo, valorização individual no que diz respeito à progressão de carreira e salários.

Estas medidas não só promovem o bem-estar dos colaboradores, mas também contribuem para o desenvolvimento sustentável e positivo da empresa.”
 

5. Quais acha que podem ser as consequências para as Organizações que não acompanharem esta mudança de mindset?

“As organizações que não se adaptarem rapidamente a esta mudança de paradigma do mercado de trabalho, enfrentarão impactos muito negativos num futuro muito próximo. A atração de talentos tornou-se um desafio constante para as empresas, hoje os colaboradores têm uma palavra significativa na escolha da empresa em que desejam trabalhar.

Além disso, é essencial considerar que os colaboradores, ao escolherem uma empresa, estão, de certa forma, a “recrutar”; a própria empresa para ser parte do seu percurso profissional.

O que frequentemente ocorre em organizações que não conquistam os seus trabalhadores é uma “onda” de desafios: desmotivação, baixo desempenho individual e coletivo, um clima organizacional negativo e, consequentemente, um aumento de conflitos.

A falta de um ambiente saudável, pode gerar um ciclo negativo que afeta tanto a satisfação dos colaboradores como os resultados globais da empresa.

Portanto, a urgência em adotar práticas e políticas que promovam o bem-estar e a felicidade no local de trabalho não só é uma estratégia de atração de talentos, mas também uma medida essencial para prosperar no cenário competitivo atual e futuro. Afinal, só com os melhores talentos conseguimos alcançar o sucesso.”
 

6. Se fosse um super-herói no mundo das Organizações, qual seria o seu poder especial para lidar com os desafios inerentes à Gestão de Pessoas?

“Se eu fosse um super-herói no mundo das organizações, o meu poder especial seria o ”Poder da Empatia”. Ter o poder de ter uma compreensão plena das emoções, necessidades e perspetivas de cada colaborador. Ser capaz de verdadeiramente sentir e entender as experiências dos outros é crucial para abordar os desafios inerentes à Gestão de Pessoas. Acredito que a verdadeira sabedoria nas pessoas consiste em compreender o ponto de vista dos outros.”


Agradecemos ao Ricardo Costa a disponibilidade para responder a estas perguntas e a partilhar a sua experiência e testemunho nesta nova edição da HR for Business, dedicada ao tema do Bem-estar e Felicidade no Trabalho.
 


Ricardo Costa
CEO
Grupo Bernardo da Costa


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