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“A digitalização cria novas áreas de atividade para as funções financeiras, por exemplo na gestão dos dados, na previsão e em outros processos analíticos, que são apoiados por inteligência artificial.”
No entanto, para cerca de 20% dos CFO, a digitalização das suas áreas financeiras está ainda numa fase bastante inicial. Apesar da utilização de ferramentas de dashboarding para a elaboração de relatórios já se encontrar generalizada em 67% das empresas, as tecnologias, tais como os RPA’s (apenas 1/3 dos CFO afirma utilizar de forma intensiva) ou o process mining (apenas 1/4 dos CFO afirma utilizar de forma intensiva) não são ainda de utilização muito generalizada.
As grandes empresas consideram mais fácil lidar com os projetos de digitalização da função financeira devido à sua maior capacidade para terem um orçamento e as competências certas para a sua execução, referindo 37% dos CFO que os seus projetos decorreram com sucesso ou com muito sucesso.
Embora os CFO estejam interessados em avançar com a digitalização das suas áreas, cerca de 28% referiram que os projetos de digitalização da função financeira não estão devidamente alinhados com a estratégia de digitalização da empresa. Além disso, os projetos podem ficar estagnados quando se trata de incorporar as estratégias de digitalização existentes nas rotinas de trabalho do dia-a-dia.
Uma coisa é certa, os CFO estão agora ainda mais confiantes na utilização de novas tecnologias e nas grandes empresas despendem cerca de 18,5% do seu tempo à digitalização.
O tradicional âmbito de atuação dos departamentos financeiros - controlo dos indicadores financeiros, pagamentos e gestão de riscos - é baseado em regras claras e definidas, muitas vezes fáceis de padronizar e digitalizar e, como tal, passíveis de libertar recursos para atividades de análise e que envolvam necessariamente uma maior intervenção humana.
O principal obstáculo à digitalização identificado pelos CFO é a falta de conhecimentos especializados, tanto por parte dos gestores como por parte dos utilizadores, seguido pela relutância ou resistência à mudança.
Por outro lado, a falta de orçamento não é a razão pela qual os planos de digitalização falham. Aproximadamente 44% dos CFO inquiridos esperam que o orçamento para projetos de digitalização aumente entre 10% e 25%. Uma grande oportunidade para os CFO expandirem ainda mais a sua relevância estratégica com a ajuda da digitalização.
Para muitos CFO, a tarefa agora é a de redefinir quer o seu próprio papel quer o do departamento financeiro nas suas empresas, sendo que mais de 70% considera que o seu papel passará a ser mais relevante nos próximos 5 anos por efeito da digitalização. Isto porque a crescente digitalização está a conduzir a uma mudança significativa no papel das áreas financeiras, afastando-as de tarefas administrativas e regulamentares e permitindo-lhes aproximar de atividades de maior valor acrescentado.
"A digitalização cria novos focos de atividade para as funções financeiras, por exemplo na gestão dos dados, na previsão e em outros processos analíticos que são apoiados por inteligência artificial", explica Gabriela Teixeira, Consulting Lead Partner da PwC. Com a ajuda deste tipo de análises preditivas que apoiam as capacidades de previsão, os CFO são capazes de redefinir o seu âmbito de influência e colocar o departamento financeiro como um pilar de apoio estratégico às decisões dos CEO.
Para 73% dos CFO, a nível mundial, a digitalização da função financeira está no topo da agenda.
Tipicamente os projetos de digitalização têm dois objetivos principais: redução de custos e melhoria da tomada de decisão.
A digitalização das áreas financeiras está ainda, muitas vezes, numa fase bastante inicial em muitas empresas. Tecnologias como inteligência artificial ou process mining são ainda muito pouco utilizadas.
Uma das razões para a contínua hesitação relativamente à digitalização, tanto do ponto de vista dos gestores financeiros como dos utilizadores, é a falta de conhecimentos especializados.
A crescente digitalização das atividades está a conduzir a uma mudança significativa no papel das áreas financeiras e dos CFO, afastando-as de tarefas administrativas e regulamentares e passando para atividades de maior valor acrescentado ao CEO.