77% das respostas indicam que é a “Comodidade” que os leva os nossos clientes a preferir participar num curso online em detrimento de um presencial, seguido de 64% das respostas que referem a “Poupança na deslocação”.
E não é displicente referir que cerca de 21% referiram não reconhecer valor acrescentado na formação em formato presencial, ou seja, 1 em cada 5 dos nossos formandos, enquanto que decresce para 16% o número de respondentes que não reconhecem valor acrescentado na formação em formato online.
A título de curiosidade, quando questionados sobre quais os temas que consideram ter um maior aproveitamento no formato presencial, é identificado o Desenvolvimento de talento, ou seja, temas de cariz comportamental.
Adicionalmente, de acordo com o survey PwC’s 22th Annual Global CEO Survey (2019), 46% dos CEOs relataram ver o upskilling e o reskilling como o catalizador para estimulação da força de trabalho para atender às competências requeridas para os seus negócios.
Assim, numa era em que a comodidade se sobrepõe ao que outrora se defendia como um dos expoentes máximos da motivação para a formação - o seu caráter presencial, de proximidade, de troca de experiências ao vivo - as organizações precisam, cada vez mais, de se (re)inventar a fim de proporcionar experiências de aprendizagem excecionais.
Recentemente tivemos a oportunidade de participar numa iniciativa da network com o objetivo de fazer o upskilling da comunidade de learning nas inovações digitais mais recentes nos métodos de organização da formação, desenvolvido em parceria com o The Fosway Group. Numa reflexão conjunta, "Adaptive learning” foi a opção mais identificada com o potencial de game changer, isto é, como a metodologia de formação que pode proporcionar, de forma mais efetiva, a equivalência entre a necessidade de formação e a sua eficácia. Neste tipo de método são usados algoritmos e/ou inteligência artificial a fim de fornecer recursos e atividades de aprendizagem para atender às necessidades exclusivas de cada formando.
Este tipo de funcionalidade está habitualmente disponível em plataformas designadas por learning management systems, tais como o Moodle, SAP SuccessFactors e Cornerstone on Demand, apenas para nomear algumas das mais conhecidas.
Neste tipo de plataforma, onde as organizações são capazes de gerir mais eficazmente os planos de aprendizagem, conteúdos e custos de formação, é possível configurar funcionalidades como “Recomendações”, as quais podem ser efetuadas manualmente ou identificadas de forma automática de acordo com as escolhas do utilizador ou dos seus pares ou “Exames adaptativos” em que o conteúdo online a ser disponibilizado é selecionado com base no sucesso ou fracasso do formando, apenas para nomear alguns exemplos.
Sendo assim, o conhecimento e desempenho do formando criam o seu plano de aprendizagem indexado a uma experiência única, personalizada e de melhoria contínua.
“77% das respostas indicam que é a “Comodidade” que os leva os nossos clientes a preferir participar num curso online em detrimento de um presencial, seguido de 64% das respostas que referem a “Poupança na deslocação”.
Da nossa experiência constitui ainda um fator crítico a relevância dos conteúdos disponibilizados nas plataformas. Sabemos que os nossos colaboradores estão muito ocupados e cada vez mais valorizam a rapidez, facilidade de acesso e relevância dos conteúdos, pelo que se nos primeiros contactos com a plataforma não encontram o que procuram, dificilmente darão nova oportunidade a esse recurso de aprendizagem.
Gostaríamos de salientar, e em linha com 80% dos respondentes ao nosso survey, que a tónica está na diversificação, isto é, em disponibilizar tanto cursos online, como presenciais, sendo que nada indica que uma modalidade irá aniquilar a outra. Tendo em conta este fatores e os resultados de relatórios como o “Fosway 9-Grid Digital Learning” publicado em março de 2022 que reportaram que a maioria das organizações já parecem ter alcançado um nível base no que respeita ao uso de elearning clássico e adaptação de conteúdos presenciais, para online, mas que apenas 10% recorrem já a opções mais avançadas, parece-nos que é uma área em franco crescimento e que deverá merecer a atenção dos departamentos de formação.
Por último, tendo em conta que nunca a formação online teve tantos adeptos como assistimos atualmente, há que tirar partido das vantagens que a tecnologia nos traz como catalisador do desenvolvimento das nossas pessoas.
→ Artigo da autoria de Catarina João Morgado, PwC’s Academy Senior Manager e Paulo Saraiva Santana, People & Organisation Senior Consultant.
*Foram obtidas 73 respostas válidas entre maio e julho de 2022, obtidas através formulário online, sendo 55% das respostas de respondentes da zona de Lisboa, 67% do sexo feminino, 68% com idades compreendidas entre os 36 e os 55 anos de diferentes setores e funções.
“ (...) 80% dos respondentes ao nosso survey, que a tónica está na diversificação, isto é, em disponibilizar tanto cursos online, como presenciais, sendo que nada indica que uma modalidade irá aniquilar a outra.”