14/08/24
É relevante capacitar as pessoas, envolver e motivar por forma a assegurar a adesão e adaptação à mudança. Integrar os princípios e valores da empresa no processo de mudança garante o comprometimento e envolvimento de todo o Capital Humano que se encontra envolvido no processo de mudança.
Para explorar a importância do papel das pessoas nos processos de Gestão da Mudança e como se consegue colocá-lo em prática, na nova edição da HR for Business, contámos com a participação de Inoweze Ferreira, CEO e Membro do Conselho de Administração da Unitel T+ em Cabo Verde e da Unitel São Tomé e Príncipe, que nos falou dos projetos de Gestão da Mudança que liderou e que mais marcaram o seu percurso, bem como que estratégias utilizou para que estes alcançassem o sucesso.
“O primeiro foi um processo de internacionalização do modelo de negócios para um mercado com dimensões e características semelhantes às que a nossa operação já estava familiarizada, o que permitiu, pelas funções que passei a exercer, obter uma visão mais abrangente ao nível E2E do negócio (end-to-end business) e da sua cadeia de valor, embora num contexto mais reduzido.
Compreendi o contexto de economias menores e, sendo um challenger no mercado, percebi que as dinâmicas concorrenciais deveriam ser baseadas no crescimento sustentável da operação. Realizamos uma mudança na Marca de forma excepcional e modernizamos todo o modelo comercial da empresa. Após cinco anos, conseguimos aumentar a nossa participação de mercado de 24% para 42%.
O segundo foi o processo de transformação organizacional “SOMOS UNITEL” em que o pilar foi a sustentabilidade do negócio e que originou uma mudança de cultura, de processos e de negócio. Numa abordagem de co-criação foi possível dotar a organização e as pessoas de novas formas de trabalho mais ágeis e lean nos processos, definir os valores da empresa, manual de funções e de competências, e acima de tudo criar uma cultura de excelência e de mérito dentro da organização. Esta transformação culminou no alcance de resultados líquidos positivos em 2 anos.”
“Claramente foi o fator externo. Com as diferentes dimensões analíticas do negócio, a análise e compreensão das mudanças de consumo no mercado, o aparecimento de “novos consumidores” e as rápidas transformações da nossa sociedade, houve vários sinais que indicavam mudanças e a necessidade da transformação do modelo de negócio. A questão que se colocava era: “Por onde começar?”. Creio que não há fórmula mágica para isso.
Não é possível obter resultados diferentes se não mudarmos o nosso âmbito de atuação e hábitos ou comportamentos. Fazer diferente para obtermos resultados diferentes, e isso só é possível se tivermos uma estratégia em que o foco são as pessoas. Incluir na visão estratégica da organização o foco e orientação para as pessoas.”
Vivemos um estado de constante mudança, onde é exigido às Organizações maior agilidade de transformação e alinhamento com o negócio. Agarre o presente e projete o futuro com a ajuda da PwC! Subscreva a HR for business.
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“Neste caso específico, considero que foi a abordagem em regime de co-criação e o acompanhamento contínuo porque envolvemos os colaboradores, equipa executiva e os membros da administração da empresa num modelo de focus group para identificar e diagnosticar a organização nas várias dimensões.
A transparência e o conhecimento integral do propósito da empresa alicerçada na sua Visão, Missão, Valores, bem como também na estratégia, foi um processo de participação e envolvimento de todos.
Não foi um modelo imposto, mas sim um modelo colaborativo e participativo do qual todos fizeram parte do processo, e acima de tudo criou um ecossistema que permitiu que os colaboradores se sentissem parte do mesmo e onde as lideranças assumiram um papel mais orientador e agregador.”
“Confesso que os resultados iniciais foram catastróficos principalmente quando assumimos uma abordagem de open book para com a organização, mas sinceramente o foco inicial não eram os resultados, mas sim o processo de Gestão da Mudança. Sabíamos que mais tarde os resultados iriam aparecer porque toda a organização entendia o sentido e urgência da mudança.
Essa era a prioridade, e focamos as nossas energias na vertente da “vontade de todos” e fizemos, enquanto líderes, esse percurso juntos, sem deixar ninguém para trás.
Hoje temos resultados e uma organização no seu todo diferente, mais sustentável, eficiente, onde os valores da UNITEL são reconhecidos por todos e, em que observamos comportamentos alinhados com um propósito comum e assumido por todos, o qual está claramente mais alinhado com o nosso negócio. A reinvenção é uma necessidade constante, pelo que, avançamos com uma segunda fase do nosso programa de transformação, “SOMOS VISIONÁRIOS” que está muito alinhado com os valores da empresa e a sua visão de futuro.”
“O que posso recomendar às lideranças executivas das empresas é que cuidem das vossas pessoas, orientem, treinem e caminhem juntos. Incluam na vossa visão e estratégia a orientação para as pessoas, desafiem as vossas equipas no desenvolvimento e surgimento de novos líderes e comecem pelo mais básico. Questionem as vossas pessoas e equipas. Façam diagnósticos da empresa que vos possam dar um panorama da saúde organizacional e por fim, sem o envolvimento da liderança de topo (CEO) nada funciona.
O CEO deve ser o principal drive desta transformação junto da organização. O programa deve incidir claramente para as pessoas e as diversas lideranças devem estar envolvidas para que possam criar diversos laços com as diversas pessoas na empresa. Acompanhem tudo, criem instrumentos de monitorização e acompanhamento constante.”
“Gostaria de agradecer e relembrar também que o sucesso da empresa é feito pelas inúmeras pessoas que ao longo deste percurso continuam a conectar-se, a darem tudo que têm e, o que não têm em prol da UNITEL, contribuindo desta forma, para que a empresa seja o melhor local para trabalhar em Cabo Verde.”
- Definir a visão estratégica para a mudança
- Analisar a disponibilidade e a resistência da organização para a mudança
- Analisar o impacto concreto para os diferentes grupos de colaboradores
- Aconselhar na gestão dos principais stakeholders dentro da organização, mitigando a resistência à mudança
- Aconselhar as metodologias e estratégias mais adequadas para o contexto da mudança e da organização
- Definir uma estratégia de iniciativas de gestão de mudança de acordo com as melhores práticas
- Desenvolver planos de capacitação à medida das necessidades dos diferentes grupos de colaboradores
- Criar iniciativas de Gestão da Mudança com auxílio de ferramentas disruptivas
- Definir métricas para monitorizar e avaliar o progresso e a implementação do programa de mudança
* A PwC dispõe de diversas equipas especializadas que apoiam diferentes áreas da Gestão da Mudança.
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