14/08/24
O setor bancário devido à sua natureza altamente regulamentada e competitiva enfrenta desafios únicos, como a migração de sistemas complexos, a fusão de culturas organizacionais distintas e a implementação de novas tecnologias para melhorar a experiência do cliente.
Para explorar algumas das complexidades associadas à Gestão da Mudança no setor bancário, estivemos à conversa com Domingos Marques, Diretor de Meios de Pagamento do Banco Millennium Atlântico em Angola, que nos contou a sua experiência neste âmbito, bem como principais desafios, e quais as estratégias utilizadas em processos de mudança.
“Os processos de mudança sempre fizeram parte da minha caminhada profissional. Entre os vários processos, destacam-se dois que foram realmente impactantes, e que contribuíram para o desenvolvimento da minha carreira, para a concretização dos resultados da organização, assim como do país.
O primeiro destes processos foi vivenciar o início de uma nova era no setor bancário angolano: a primeira fusão entre bancos. O Banco Privado Atlantico e o Banco Millennium Angola iniciaram um processo de fusão para dar lugar ao Banco Millennium Atlantico. Migrar processos, sistemas, pessoas e cultura foi dos mais desafiantes e excitantes processos que participei enquanto profissional no setor da banca.
O segundo processo foi uma decisão de muita coragem e com olhos na inovação, tomada pela instituição ao combinar as direções de operações e de tecnologias, transformando-as numa só direção. Tratou-se também de uma realidade inédita na banca em Angola e uma verdadeira demonstração do compromisso da instituição com a inovação. Sem deixar de mencionar, que esta junção de direções exigiu uma grande capacidade de alinhamento e a combinação de competências operacionais e tecnológicas em benefício de uma instituição mais ágil.
Estes dois processos contribuíram imenso para o profissional que sou hoje, as competências que tenho quer em termos operacionais bem como na vertente tecnológica, têm sido fundamentais na minha abordagem aos vários desafios do presente e na condução de equipas para adotarem uma postura positiva relativamente a processos de mudança. Eu sou um produto desta dinâmica de mudanças e quaisquer iniciativas que promovam a mudança, eu encaro sempre como uma oportunidade de crescimento!”
“Garantir a adesão a um processo de Gestão da Mudança numa organização com uma diversidade de intervenientes é um desafio complexo, mas pode ser alcançado com estratégias bem planeadas e executadas.
Para lidar com este desafio, é necessário uma abordagem multifacetada que combine:
• Comunicação clara
• Liderança ativa
• Envolvimento e compromisso dos stakeholders
• Gestão de resistências
• Alinhamento cultural
• Incentivos
• Planeamento cuidadoso
• Monitorização contínua
• Cibersegurança: identificar as ameaças
• Fundamentos de Controlo Interno
Ao implementar essas estratégias, a organização pode aumentar significativamente a probabilidade de sucesso na adesão ao processo de mudança.”
“Garantir uma comunicação eficaz e objetiva durante a Gestão da Mudança é crucial para o sucesso do processo.
Isso envolve planeamento cuidadoso, utilização de múltiplos canais, capacitação contínua, envolvimento da liderança e um compromisso com a transparência e a honestidade.
Ao implementar essas estratégias, a organização pode assegurar que todos os stakeholders estão informados, envolvidos e alinhados com os objetivos da mudança, o que irá facilitar uma transição mais suave e bem-sucedida.”
Vivemos um estado de constante mudança, onde é exigido às Organizações maior agilidade de transformação e alinhamento com o negócio. Agarre o presente e projete o futuro com a ajuda da PwC! Subscreva a HR for business.
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“Os KPIs são essenciais para medir e avaliar o sucesso das iniciativas de mudança. Fornecem uma visão clara e objetiva do progresso, permitindo ajustes e melhorias contínuas.
As métricas podem estar relacionadas com a taxa de adesão; nível de envolvimento e compromisso dos colaboradores; taxa de participação nas sessões de formação; métricas de desempenho e produtividade; métricas de satisfação dos colaboradores; métricas de satisfação de clientes; métricas para avaliar o ROI da mudança; métricas de avaliação dos custos de implementação da mudança; métricas da taxa de conformidade; número de incidentes/riscos e finalmente métricas para avaliar ou medir o sentimento organizacional.
“Para organizações que ainda não começaram a olhar para a mudança como prioridade, é crucial compreender que a adaptação e a inovação são essenciais para a sobrevivência e o crescimento no ambiente de negócios.
Os primeiros passos são fundamentais para estabelecer uma base sólida e garantir o sucesso das iniciativas futuras, nesse sentido, recomendaria como primeiros passos os que descrevo abaixo:
- Definir a visão estratégica para a mudança
- Analisar a disponibilidade e a resistência da organização para a mudança
- Analisar o impacto concreto para os diferentes grupos de colaboradores
- Aconselhar na gestão dos principais stakeholders dentro da organização, mitigando a resistência à mudança
- Aconselhar as metodologias e estratégias mais adequadas para o contexto da mudança e da organização
- Definir uma estratégia de iniciativas de gestão de mudança de acordo com as melhores práticas
- Desenvolver planos de capacitação à medida das necessidades dos diferentes grupos de colaboradores
- Criar iniciativas de gestão da mudança com auxílio de ferramentas disruptivas
- Definir métricas para monitorizar e avaliar o progresso e a implementação do programa de mudança
* A PwC dispõe de diversas equipas especializadas que apoiam diferentes áreas da Gestão da Mudança.
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