A promessa e a realidade dos relatórios da CSRD

Global CSRD Survey 2024 – Portugal Highlights

  • Press Release
  • Setembro 26, 2024

As empresas portuguesas estão pouco confiantes na sua capacidade de implementar atempadamente as novas regras europeias de sustentabilidade
 

  • As empresas portuguesas estão menos confiantes na sua capacidade de reportar informação no âmbito da Diretiva de Reporte Corporativo de Sustentabilidade (CSRD) até à data exigida (41% em Portugal; 63% a nível global).
  • Os principais obstáculos à implementação da diretiva em Portugal são a complexidade das cadeias de valor (67% PT; 59% global), o cumprimento dos prazos definidos (50% Portugal; 47% global), e a falta de informação de qualidade (47% Portugal; 59% global).
  • Várias empresas já completaram alguns dos principais passos para o cumprimento da diretiva, como confirmar as opções de reporte e possíveis isenções (38% Portugal e 35% global) ou analisar a Taxonomia da UE (47% Portugal e 30% global).
  • A Diretiva CSRD já levou 41% das empresas portuguesas inquiridas a considerarem prestar atenção adicional à sustentabilidade no seu modelo de negócio (59% a nível global).

Menos de metade das empresas portuguesas estão confiantes no cumprimento da Diretiva de Reporte Corporativo de Sustentabilidade (CSRD), ao abrigo da nova legislação da União Europeia já em vigor. 

A conclusão é da primeira edição do Global CSRD Survey 2024, publicado pela PwC: foram inquiridos mais de 500 executivos e líderes em 38 países, incluindo 32 empresas em Portugal. 

A nova diretiva exige que as empresas recolham, processem e publiquem uma enorme quantidade de dados e informações: isto exigirá a implementação de novos sistemas, processos e uma estrutura de governação capaz de responder aos novos desafios. As regras vão abranger mais de 50 mil empresas a nível europeu.

Relativamente ao cumprimento da diretiva, as empresas portuguesas demonstram níveis de confiança inferiores aos resultados globais (41% Portugal e 63% global). Por outro lado, 44% dos inquiridos em Portugal referiram que a sustentabilidade já era um fator central na estratégia das suas empresas antes da diretiva, uma garantia que só é dada por 20% de todas as empresas inquiridas. 

Obstáculos à implementação

Ao contrário do que se verifica a nível global, o principal obstáculo apontado pelas empresas portuguesas é a complexidade da cadeia de valor (67% Portugal e 57 global), seguido do cumprimento dos prazos e da falta de infraestruturas informáticas para recolher a informação e fazer o reporte, fatores apontados por metade das empresas nacionais. 

De destacar que a disponibilidade/qualidade dos dados é referida como o segundo obstáculo globalmente, a que se seguem a falta de recursos humanos, os custos e as competências da equipa.

Apesar destes obstáculos, as empresas em Portugal reconhecem os benefícios da Diretiva CSRD, incluindo a mitigação dos riscos (69% Portugal e 48% global) e um modelo de governo interno mais eficaz (63% Portugal e 40% global). Mais de metade das empresas portuguesas acreditam que a aposta na sustentabilidade lhes traz vantagens competitivas face à concorrência. A melhoria da performance ambiental é o principal benefício.

Principais obstáculos à implementação da Directiva CSRD:

“Os resultados obtidos em Portugal mostram que as empresas estão conscientes da importância da sustentabilidade e da Diretiva CSRD. Precisam de mais informação e meios para cumprir todas as exigências regulatórias, mas este passo importante para uma economia mais sustentável e resiliente. Através da implementação da Diretiva CSRD, os gestores esperam mais benefícios ambientais, melhor mitigação dos riscos e maior visibilidade junto dos seus stakeholders. As empresas que se adiantarem deverão colher maiores benefícios, como o acesso a capital, crescimento das receitas e poupança de custos, mantendo ou mesmo aumentando a visibilidade da sua marca.”

Cláudia Coelho,Sustainability and Climate Change Partner, PwC portugal

Impactos da não-conformidade e da auditoria

76% dos inquiridos em Portugal acreditam que a sua empresa poderá vir a sofrer algum impacto negativo na reputação e marca, caso não esteja em conformidade com a diretiva, e 69% consideram que poderá enfrentar processos legais ou ter de pagar coimas. Em Portugal, ainda aguardamos a transposição da Diretiva para que possamos conhecer o quadro legal em relativo a coimas e penalizações.

Tendo em conta a complexidade e exigência processual da Diretiva CSRD, é fundamental que as empresas tenham parceiros externos especializados para os acompanhar nesta fase de implementação e, posteriormente, na auditoria e verificação da conformidade dos requisitos. 

Segundo os resultados, apenas 59% das empresas nacionais já entraram em contacto com um auditor que forneça garantias sobre os seus relatórios de sustentabilidade. Esta percentagem é, no entanto, consideravelmente inferior à registada a nível global: 81% já recorreram a uma empresa especializada para lhes dar apoio na implementação da diretiva.

Consequências do não cumprimento da Diretiva CSRD

De acordo com Nadja Picard, Global Reporting Leader, da PwC Alemanha:

“A maioria das empresas está a confrontar-se com desafios complexos, sobretudo no que diz respeito à quantidade e qualidade da informação requisitada – não apenas nas operações internas, mas também ao longo da cadeia de valor. 

Como a Diretiva CSRD exige um reporte de sustentabilidade ao mesmo nível que o reporte financeiro, as lideranças das empresas estão a reconhecer que a informação sobre sustentabilidade tem de estar disponível, correta e pronta para ser auditada: não apenas uma vez, mas anualmente.”

Global CSRD Survey 2024 – Portugal Highlights

Conheça os resultados da primeira edição do Global CSRD Survey 2024, publicada pela PwC. Saiba tudo sobre a realidade portuguesa.

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